Você sabe o que fazer se encontrar um escorpião em sua casa? Diário Explica

Você sabe o que fazer se encontrar um escorpião em sua casa? Diário Explica

Nathália Schneider

Quando você pensa em um escorpião, que imagem vem à sua cabeça? Provavelmente, uma das primeiras lembranças deve estar relacionada à cauda com um ferrão na ponta. Mas você sabe qual a importância ecológica dos escorpiões? Como evitar a presença deles em ambientes urbanos? E sabe como agir quando encontrar um?

Conforme o relatório do governo do Estado do Rio Grande do Sul, enquanto a porcentagem de acidentes por animais peçonhentos diminuiu de 6.610 para 6.109 entre 2020 e 2021, os casos envolvendo escorpiões subiram de 8% para 9% em 2021, confirmando que os escorpiões de importância médica necessitam de uma atenção especial. Aqui você vai encontrar curiosidades e dicas sobre como lidar com esses aracnídeos que aparecem ainda mais no verão e já foram vistos em diferentes locais na cidade de Santa Maria.


Lanchinho da madrugada

Fãs de lugares escuros, os escorpiões costumam sair durante a noite para buscar comida. Um dos pratos preferidos desses animaizinhos são as baratas, os grilos, as moscas e outros insetos. De acordo com Sandro Santos, professor de Biologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o verão é época de banquete para os escorpiões:

– Eles vão onde as baratas estão. No verão, que é uma época muito quente, a gente observa que as quantidades de baratas aumentam. E quando as baratas entram nas casas, os escorpiões tendem a ir atrás. É necessário evitar esses insetos porque eles ajudam a atrair os escorpiões – explica.

Inclusive, o controle da população de insetos é a função ecológica deles, colaborando para que não se tornem pragas. 


Um trio intimidador

Na América do Sul é possível encontrar três espécies principais e dois gêneros: o Tityus serrulatus (amarelo) e o Tityus bahiensis (marrom) e o Bothriurus bonariensis (preto). Conforme o professor Sandro Santos, todos eles possuem algum grau maior ou menor de veneno. O preto e o marrom, por exemplo, causam uma dor localizada na região em que picam. Por outro lado, o escorpião amarelo pode representar riscos de morte para quem receber a ferroada. 

O marrom tem um veneno menos potente, mas não significa que a picada dele vai ser inofensiva. Principalmente porque uma picada de escorpião tende a ter efeito diferente de uma pessoa para outra. Diferente para uma criança ou para um adulto, se a pessoa é alérgica ou não – comenta o professor.


Em Santa Maria, um dos escorpiões mais comuns é o preto, que é nativo daqui. Já o amarelo geralmente vive em lugares mais quentes do Brasil, como no Nordeste. De acordo com o biólogo Roger Lopes de Sá, os amarelos foram encontrados pela primeira vez em Porto Alegre:

– A primeira vez que fizeram registro dele foi na Central Estadual de Abastecimento (Ceasa)  na capital, então, ele veio de outra região e foi “importado” pelos caminhões de transporte de frutas e outros alimentos – conta.


Até logo, escorpião: como agir quando encontrar um

Para os biólogos, a melhor saída não é matar e sim, capturar com uma pinça ou com um pote com a tampa. Pelo menos é isso que eles aconselham para os adultos.

Após a captura, duas opções são indicadas: uma deles é que o escorpião seja levado à UFSM para que os professores e alunos possam identificar a espécie e seguir mapeando os aracnídeos da região e, outra, caso não seja possível levar para a universidade, é soltar o animalzinho na natureza, longe do perímetro urbano, para que possa seguir vivendo e cumprindo a sua função ecológica.

– Temos uma coleção desses animais na universidade. Depois usamos também para poder dar aula e mostrar para os nossos alunos as espécies. Se for uma espécie de importância muito grande, nós notificamos para o pessoal da vigilância sanitária – explica o professor.


Picada de escorpião: o que fazer?

Apesar de não ser muito comum os escorpiões atacarem pessoas ou outros seres grandes, como cachorros, é possível que eles o façam caso sejam pisados ou se sintam ameaçados

A dica que o biólogo Roger deixa para quem for picado por um escorpião, é lavar a região com água corrente e sabão, além de buscar auxílio médico. Nada de usar pomadas ou gelo. Inclusive, o Hospital Universitário (HUSM) conta com o soro antiaracnídeo, que pode ser usado em caso de envenenamento.


Como evitar escorpiões?

Se você não deseja passar pela situação de dar de cara com um escorpião em ambiente urbano, como em casa ou no trabalho, o melhor caminho segue sendo a prevenção.

Entre as dicas do que fazer para evitar a presença deles estão:​

  • Evitar acúmulo de telhas e madeira e outros entulhos
  • Manter o ambiente limpo e arejado
  • Ter a grama do pátio bem cortada 
  • Evitar baratas e demais insetos no ambiente
  • Cultivar plantas repelentes de artrópodes, como hortelã, erva de cheiro, jasmim, entre outras.



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Mirella Joels

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